A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) sorteou, nesta quinta-feira (27/03), novas moradias para 51 famílias do município de Tapiraí, na região de Sorocaba. As unidades habitacionais em construção no bairro Santa Catarina tiveram investimento estadual de R$ 8,5 milhões.
Do total de unidades, quatro são destinadas a famílias com pessoas com deficiência, três para idosos, três para policiais e agentes penitenciários e duas para indivíduos que moram sozinhos. Outras cinco unidades estão reservadas para quem mora em áreas de risco. As demais serão distribuídas para a população em geral, sendo 22 unidades para famílias com renda entre 1 e 3 salários mínimos, seis para renda de 3,01 a 5 salários e seis para renda de 5,01 até 10 salários. Participaram do sorteio 1.443 pessoas.
Presente no evento, o subsecretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, José Police Neto, reforçou que cinco das 51 unidades são destinadas a moradores que vivem em áreas de risco. A iniciativa, ainda conforme explicou, faz parte do compromisso da gestão em priorizar o atendimento habitacional a famílias expostas a um grau maior de risco. “Nenhuma família deve imaginar que vive em um casa e que essa casa pode ser o fim da vida de um ente querido que ali mora. Nós precisamos oferecer situação digna e segura para as famílias do nosso estado, e nesse momento, das 51 unidades aqui ofertadas, cinco delas atendem a famílias que moram em área de risco”, explicou ele.
O subsecretário também pontuou que as moradias são construídas pela CDHU de forma integrada com a cidade para garantir acesso, por parte do morador, à infraestrutura urbana. “Quem passa na frente do empreendimento, vê que ali é um dos espaços de melhor localização da cidade. Para nós importa que os nossos empreendimentos habitacionais pertençam à cidade, e não estejam localizados fora dela, sem a infraestrutura necessária”, disse. Ele reforçou, ainda, a meta do Estado em continuar ofertando moradia a famílias que ainda não possuem suas casas, reiterando que, para isso, é necessário que os novos moradores paguem em dia suas prestações, já que elas financiam novas casas. “Nosso compromisso, estabelecido pelo governador, é não parar. Continuaremos perseguindo a entrega de mais unidades habitacionais. Nenhuma família pode ficar para trás”, finalizou.
Também presente, Ticiane Costa D'Aloia, diretora de Atendimento Habitacional da CDU, falou sobre a qualidade e a especificidade das casas entregues. “A CDHU trabalha para transformar a vida de cada um e entregar com toda a qualidade possível essas casas, para que vocês possam ser muito felizes dentro dela. Vocês acompanham a obra, que é bem realizada. As casas têm mais de 40m², dois quartos, energia fotovoltaica. Vocês vão ser muito bem acolhidos nessas novas unidade”, disse. Ela também lembrou da parceria do Governo do Estado de São Paulo com a prefeitura do município, sem a qual não seria possível realizar a obra. “Esta trabalho é realizado pelo Estado, por meio da CDHU, com a prefeitura, que participa desde o começo da viabilização dessas casas”, concluiu.
As casas têm dois dormitórios, sala de estar, cozinha, banheiro e lavanderia, distribuídos em 47 m² de área útil. As unidades contarão com piso cerâmico, azulejo no banheiro, na cozinha e na área de serviço, laje, cobertura em estrutura metálica e sistema de energia solar fotovoltaico.
Com um sorriso no rosto, Eliete da Silva Cardoso, de 30 anos, não conseguiu esconder a felicidade logo após ser sorteada. Mãe da pequena Ester Sofia, de 5 anos, ela esperou 12 anos para conquistar a casa própria. “Para mim, ser sorteada foi muito especial. Eu já paguei aluguel, já fiquei na casa de parente morando de favor, e agora eu tenho a oportunidade de ter a minha casa”, explicou a autônoma, ao pontuar que a conquista da casa dá início a uma nova fase na relação entre mãe e filha, que ganha mais privacidade e autonomia. “Agora, eu vou poder educar minha filha da minha forma. Terei mais liberdade, autonomia e vou garantir um futuro para ela”, disse.
A emoção também foi compartilhada por Vânia Torres Furquim, de 37 anos, que até então morava com o filho e o marido em dois cômodos cedidos em imóvel no fundo da casa da sogra. “Quando as inscrições começaram, eu passava com meu filho em frente a obra e falava ‘filho, se Deus permitir, a gente vai ter a nossa casinha, nosso cantinho’. E hoje e ele falou assim: ‘mãe, nós vamos ganhar’”, contou ela com lágrimas nos olhos. “Não tem palavras para descrever o que estou sentindo, porque é uma emoção muito grande. Só Deus sabe”, disse. Tânia pode comemorar em dose dupla, já que a sobrinha, que paga aluguel, também foi sorteada. "Ela foi sorteada primeiro e, logo em seguida, eu fui", concluiu.
O aposentado Pedro Luiz Scabara também foi sorteado. Aos 66 anos, ele contou que a emoção vivenciada no dia de hoje é uma das maiores de sua vida. "É uma alegria muito grande. Nós que pagamos aluguel aguardamos muito isso. Pago aluguel em Tapiraí há cinco anos e meio e agora vou ter minha casa junto com minha esposa Olga", disse. Pedro, por fim, destacou o sentimento de recomeçar com mais tranquilidade e esperança: "Agora, é só entrar na casa nova, ajeitar nossos móveis e continuar nossa vida em um novo lar", finalizou, emocionado.
O financiamento dos imóveis segue as diretrizes da Política Habitacional do Estado de São Paulo, que preveem juro zero para famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos. Assim, os beneficiários pagarão praticamente o mesmo valor ao longo dos 30 anos, já que o contrato será corrigido apenas pelo IPCA - índice oficial do IBGE. O valor das parcelas é calculado levando-se em conta a renda das famílias e poderá comprometer, no máximo, em até 20% dos rendimentos mensais.